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ANSIEDADE: Quando ela se torna um problema.

Por Aline Domiquille | Publicado em 16 de julho de 2025

Você já se pegou pensando na ansiedade como um inimigo a ser combatido a todo custo? É muito comum ouvirmos por aí que "temos que controlar nossa ansiedade" e que sentir ansiedade é um problema que precisa ser eliminado.

Mas será que é bem assim?

A verdade é que a ansiedade, assim como o medo e a raiva, faz parte da natureza humana. Ela está relacionada a mecanismos de sobrevivência, sendo uma emoção normal e muitas vezes inevitável em nossas vidas. Pensar que podemos (ou devemos) controlar ou não sentir a ansiedade só piora as coisas, e ainda nos faz sentir culpa por senti-la.
Na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), que é a abordagem que embasa meu trabalho, não temos como objetivo eliminar a ansiedade. A ideia é justamente o contrário: reconhecemos que brigar contra a ansiedade pode ser contraproducente. Quanto mais tentamos não sentir ou não pensar algo, mais nossa mente nos traz isso à tona.

Então, quando a ansiedade se torna um problema?

A ansiedade se torna um problema não por ela existir, mas quando ela passa a ditar a sua vida. Ela vira um problema quando você deixa de viver experiências importantes, se afasta de seus valores e do que realmente faz a vida valer a pena por conta dela.
Na ACT, a gente entende que podemos sentir ansiedade e, ainda assim, agir de forma corajosa, na direção do que importa para nós. Aceitação na ACT não é conformismo, não é "aceitar que dói menos". Pelo contrário, aceitar a ansiedade significa estar aberto a senti-la sem brigar ou se culpar, e mesmo assim se movimentar rumo ao que é significativo para você.
O contato com o momento presente, um dos pilares da ACT, nos ajuda a reconhecer e aceitar nossos pensamentos e emoções desconfortáveis, sem julgamento. Isso não significa gostar da ansiedade, mas sim reconhecer que ela está ali e, apesar dela, focar no que é maior do que a própria emoção: seus valores e propósitos de vida.

Pergunte-se: o que você está deixando de viver por conta da ansiedade? Se ela não estivesse aí, como você estaria vivendo? Essas são perguntas importantes para nos fazermos.
Lembre-se: é possível caminhar na presença da ansiedade, vivendo uma vida com mais significado, flexibilidade e compaixão. Se você está com dificuldade em seguir sozinho, procurar ajuda profissional pode ser o primeiro passo para esse caminhar mais leve.

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