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Evitação Experiencial: Quando Fugir do Desconforto Custa a Sua Vida

Por Aline Domiquille | Publicado em 11 de agosto de 2025

Recentemente, o The Washington Post publicou um artigo com um título provocador: “A evitação — não a ansiedade — pode estar sabotando sua vida”.

A proposta do texto é simples e, ao mesmo tempo, profundamente clínica: talvez o maior empecilho para uma vida significativa não esteja no que sentimos, mas no que deixamos de viver ao tentar evitar o desconforto.

Na ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso), chamamos isso de evitação experiencial: esforços contínuos para não entrar em contato com pensamentos, emoções ou sensações desagradáveis. Esses esforços — embora compreensíveis — muitas vezes custam caro. Nos afastam de relações, decisões, sonhos e ações conectadas ao que realmente importa.

Se você sente ansiedade, vergonha, medo, dúvida… tudo isso é parte natural da experiência humana. O problema começa quando deixamos de agir, de tentar, de nos colocar no mundo, só para evitar sentir. E aí a vida vai se estreitando — silenciosamente.

A ACT propõe um outro caminho: acolher o desconforto, não como inimigo, mas como parte do percurso. E ainda assim seguir, com clareza de valores e compromisso com o que importa.

Talvez a pergunta mais honesta para esse momento seja: “O que eu não estou vivendo, tentando tanto não sentir?”

Se a evitação está comprimindo a sua vida e você não consegue fazer diferente, talvez esteja na hora de procurar ajuda.

Para acessar o artigo original (em inglês), clique aqui:

The Washington Post - Avoidance, not anxiety, may be sabotaging your life

Sobre a autora

Aline Domiquille

Psicóloga clínica com 20 anos de experiência no atendimento a adultos, atuo com a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), promovendo autoconhecimento, presença e ação com propósito. Ofereço um espaço seguro para lidar com pensamentos, emoções e desafios com leveza e consciência. Atendimentos presenciais em Jundiaí/SP e online para todo o mundo